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Na sociedade ocidental, São Valentim tornou-se arquétipo do romantismo. Quando o celebramos, nem sequer nos passa pela cabeça que o santo, na verdade, foi um mártir católico condenado à morte pelo Imperador romano Cláudio, no século III, por não ter renunciado à sua fé.
Não há nenhuma evidência concreta de que São Valentim fosse um douto dos assuntos do coração, ainda que existam lendas a falar dos casamentos cristãos celebrados em segredo pelo santo, durante a regência do imperador Cláudio.
De todo o modo, seja pela narrativa cristã ou pagã, que dedicava fevereiro à deusa Juno e aos rituais de fertilidade, a associação do Dia de São Valentim ao amor foi-se enraizando nos nossos costumes, principalmente a partir do século XV. Em 1415 é registado o primeiro cartão do Dia dos Namorados, enviado pelo Duque de Orleães, preso na Torre de Londres, à sua mulher. Os poemas de Carlos I, grande parte redigidos durante a sua clausura, estão reunidos na compilação En la forêt de Longue Attente (Na Floresta da Longa Espera).
Os cartões continuam a ser uma das oferendas mais românticas do Dia dos Namorados. Mesmo quando a poética é manca, não faltam poetas que tão bem escreveram sobre o amor a quem recorrer, como Mário Cesariny (de profundis amamos) ou Florbela Espanca (súplica).
Mas nesta urgência de entregar o coração à cara metade, não há presente mais doce do que o chocolate. «O Dia Dos Namorados é chocolate», diz Pedro Martins Araújo, a quem o cacau o prendeu de amores há muitos anos. «Foi o chocolate que me escolheu a mim», conta o Master Chocolate Maker da marca artesanal Vinte Vinte, enquanto nos guia pela unidade de produção.
Do grão de cacau à tablete, ou Bean to Bar, como é costume dizer-se no meio, a Vinte Vinte toma conta de todo o processo. O trabalho começa na escolha das origens e das colheitas de cacau: «Trabalhamos com 10 origens», explica Pedro, enumerando-as de cor: «México, Perú, Madagáscar, Jamaica, Uganda, Cuba, Colômbia, Brasil, El Salvador e República Dominicana».
Depois, os grãos são selecionados manualmente e ajustados os perfis de torra de acordo com cada variedade de cacau. Torrar o cacau pode demorar entre 15 a 40 minutos, dependendo dos aromas, do amargor e dos taninos que se querem realçar. A partir deste ponto, o chocolate começa a ganhar forma.
Primeiro vem a moagem e a conchagem, método usado para retirar o excesso de acidez. Segue-se a estabilização das placas de chocolate, acondicionadas em armazéns de temperatura e humidade controladas, para «descansar a estrutura molecular» e consolidar os aromas.
Por fim, tempera-se o chocolate, de modo a ganhar a consistência certa para ser moldado, solidificando na sua forma final. Quando pronto, há dois indicadores que atestam a excelência do chocolate, explica Pedro, manuseando uma tablete de 25g de chocolate negro 58%: «tem que brilhar e tem que fazer crack».
Quem visitar a Vinte Vinte, no complexo da World of Wine (WOW), em Vila Nova de Gaia, não só ficará a saber mais sobre a história e sobre a produção de cacau no mundo, no Museu Chocolate Story, como poderá espreitar pelos vidros altos e transparentes a fábrica onde a magia acontece. O bilhete diário custa €20, mas há bilhetes combinados que ficam mais em conta, caso queira visitar outros museus do WOW.
Na altura dos Dia dos Namorados, a Vinte Vinte promove uma atividade especial para fazer a dois. O Amor É Cego (€20 por pessoa) consiste numa prova cega de chocolates com welcome drink, que decorre nos dias 14 (19h-20h15) e 15 de fevereiro (18h-19h). Há também outros workshops ao longo do ano que poderá oferecer ao amor da sua vida, como o de paring de chocolate com Vinho do Porto (€40) e o de iniciação à prova de chocolates (€26).
Na loja da Vinte Vinte encontrará, igualmente, outras sugestões de prendas, desde logo a edição especial de bombons em forma de coração, lançada a pensar no São Valentim. A caixa, que custa €12,50, tem cinco bombons de chocolate branco com maracujá: «Dois para cada um e outro para partilhar», diz Pedro.
Para os amantes intemporais de chocolate, que não precisam do Dia dos Namorados nem de um ou de uma namorada para celebrar o amor, há sortidos de 48 carrés da gama intensity, que vão do chocolate de leite 45% cacau da Venezuela ao 100% do Perú, e da gama fusion, com combinações com chili, menta, flor de sal, avelã e frutos vermelhos, que mostram todo o potencial do cacau (€29,90). Coração que é coração, seja ele devoto ou vagabundo, palpita sempre na presença de um bom chocolate e na Vinte Vinte só fica de boca amarga quem quer.
Vinte Vinte. Rua Guilherme Braga, 31 4400-174 Vila Nova de Gaia Portugal. 220 121 245. 12h-20h (sáb. e dom., 10h-20h).