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Diz o Instituto Nacional de Estatística que é em Lisboa que se encontra a maior comunidade chinesa em Portugal — mais de 40%. Contas feitas, é na capital que estão os melhores restaurantes para festejar. Deixamos-lhe cinco sugestões, tão boas na comida como distintas em tudo o resto.
As maravilhas que a boa comida opera são coisas quase divinas e os caminhos que a dita escolhe são insondáveis. Toda esta conversa mística serve para introduzir o tema Mi Dai, um restaurante que cabe, à primeira vista, na categoria “não dava nada por isto”. Porque ao entrar no espaço mesmo ao lado do Martim Moniz, a arrebitar caminho para quem vai ao cimo da Mouraria, perguntamo-nos “que marquise é esta e porque é que estou aqui?”. Vemos o menu e continuamos a duvidar, porque a curta oferta é feita de massa, arroz e sopa, de vaca, porco, camarão e vegetais. Acresce uns pequenos crepes e umas guiozas e a carta está feita. Mas fica a recomendação: vão em grupo, escolham um de cada (doses generosas, sobretudo a sopa, que parece querer abraçar-nos) e sintam-se mais do que satisfeitos. É tudo bom, é tudo bem feito, e as mesas estarão certamente quase todas ocupadas por bem falantes de mandarim, a atestar que aquele é, de facto, o sítio certo. Só faltava um bolinho da sorte com um papelinho a dizer “as aparências iludem” (e multibanco, vá, que não tem).
Mi Dai. Calçada da Mouraria, 7, Lisboa. De segunda a sábado, das 10h às 21h; aos domingos das 11h30 às 15h.Telefone: 968 784 699
Ora aqui está uma proposta quase-totalmente oposta à anteriormente apresentada nesta lista feita de felicidade. E é “quase” porque há uma semelhança: a qualidade da refeição, que depois vai motivar aquele discurso — orgulhoso e sabido — que nos leva a dizer “não me digas que nunca foste ao The Old House”, no Parque das Nações. Tirando este pequeno enorme detalhe, as diferenças são óbvias: é mais caro, o serviço é mais chique a valer, a ementa é vasta e, claro está, o preço também sobe de acordo com a progressão dos anteriores elementos e seguindo os princípios do “ma la”, elemento presente na cozinha da região de Sichuan, que aqui é patroa máxima. Trata-se de um namoro entre malaguetas e pimentas que habita o receituário apresentado e faz do The Old House uma magnífica e ardente experiência gastronómica. O Mao Cai é um caldo quente que faz apaixonados, há uma entremeada recozinhada que é um sonho e há muita habilidade no tratamento do pato, um sacaninha que aqui parece venerado. Ide e gozai a vida, é assim que se faz.
The Old House. Rua da Pimenta, 9, Lisboa. Todos os dias, das 12h às 14h30 e das 19h às 22h30. Telefone: 218 969 075
Em tempos foi um restaurante clandestino, daqueles que não cumprem as regras nem têm as licenças devidas, mas que toda a gente sabe onde ficam e toda essa mesma gente aprecia demasiado os menus em questão para estar preocupada com esses detalhes. Agora o Kuwazi tem morada no centro comercial Columbia, junto ao Apolo 70. Tudo pérolas, tudo certo. Não tem janelas, portanto a concentração está toda na comida que nos é servida. Ou na companhia. Mas como a companhia podia estar connosco noutro sítio qualquer, escolhemos dar prioridade à comida (não desfazendo, ora essa). A dona do restaurante é originária da mesma zona da China que deu ao mundo a cerveja Tsingtao, uma das primeiras palavras proferidas por muito bom visitante de restaurantes chineses e uma espécie de ritual obrigatório. Já agora: a comida é extraordinária. Os noodles, feitos ali, para não haver confusões, são pedaços compridos de céu. Os raviolis são recheados de carne e carinho como não é muito comum encontrar. E as espetadinhas, senhores, as espetadinhas feitas com a melhor das motricidades finas, que atravessam um conjunto de vísceras tão bem temperadas que queremos levá-las para o pequeno-almoço do dia seguinte e consequentes refeições. Ou então fazemos isso com o entrecosto frito. A escolha não é fácil. O que será de nós!
Kuwazi. C. C. Columbia. Avenida Júlio Dinis, 14, loja 11, Lisboa. De segunda a sábado, das 12h às 16h e das 18h às 22h. Telefone: 927 243 468
Era uma vez o senhor Stanley Ho, nascido em Hong Kong, feito homem de negócios de reputada fama em Macau, transformando aquele território num templo do jogo e levando a indústria dos casinos para lá das fronteiras. Lisboa, Póvoa de Varzim e Estoril acolheram-lhe os empreendimentos e as jogatanas e foi nesta terceira localidade, com vista para o mar, que o senhor Ho decidiu que era boa ideia garantir a disponibilidade permanente da gastronomia que mais apreciava — a cantonesa. E assim nasceu o Mandarim, restaurante que quer continuar a ser uma referência, no menu, no conforto, no acolhimento e no Pato à Pequim. Escrevemos assim, em maiúsculas, porque é motivo de reverência. Falamos de um prato que é um monumento e que é servido com a circunstância que merece. A tradição preenche o menu, mas aqui segue outra dica: se for ao almoço, atire-se às propostas Dim Sum que tal horário garante. Arrependimentos? Vai ter zero. Confie.
Mandarim. Casino Estoril, Avenida Stanley Ho, 2765-253, Estoril. De quarta a domingo, das 12h às 15h e das 19h às 23h. Telefone: 214 667 270
Há tantas razões para visitar este restaurante. A primeira: o nome. É a tradução direta dos caracteres chineses que lhe servem de firma e é tão surpreendente que é impossível não nos questionarmos “mas o que é se passa num estabelecimento com este título?”. E já que estamos numa de nomes, a responsável e cozinheira é a Sofia. Se é chinesa? É. Se é este o seu nome verdadeiro? Não. Se é possível saber qual é? Também não. Assunto resolvido. Avancemos para outras mais valias: está aberto das 18h às 02h, o que vai de mão dada com a qualidade noturna dos petiscos servidos. E quais são? Tomai nota: o robalo em caldo picante como uma das especialidades; a sopa de sapo como uma das curiosidades; espetadas de línguas ou corações; salada de pés de galinha; salsicha gorda. O menu é tão inesperado como é inesperado encontrar uma mesa destas em Chelas, mas tudo isto só lhe dá mais tempero. Se registar um serviço um pouco mais lento do que o habitual, nada de surpresas e muita compreensão: Sofia faz questão de, ela própria, comandar esta carta mais-do-que-tradicional e isso tem consequências. Mas como diz o ditado criado agora mesmo: o que é bom, nunca atrasou.
Instituto dos Petiscos Noturnos. Rua Engenheiro Ferreira Dias AB, Lisboa. Todos os dias, das 18h às 02h. Telefone: 932 039 110