Onde comer cabrito na Páscoa

O cabrito é quem mais ordena: seis mesas para saborear a Páscoa

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Atualizada: 15/04/2025

Texto: João da Ponte

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Fotografia: vários

Ideias para que se reúna à mesa com a família e amigos desde a sexta-feira santa ao domingo de Páscoa - e não só.

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Todas as épocas têm os seus pratos. E este é o prato maior desta época. Pode haver quem não goste, mas também pode ser que, escolhendo os sítios certos, essa decisão possa ser revertida, a partir do palato e para o resto da vida. Deixamos sugestões de moradas onde o cabrito (e um cordeiro) é a estrela da companhia.

Take-away ou à mesa, são as sugestões para a Páscoa do Pica-Pau

Do Pica-Pau para a mesa de casa: cabrito assado (e folar) por encomenda

Quem nunca ouviu falar do milagre do Natal mais do que um milhar de vezes, pois que levante o primeiro garfo. E está tudo bem com isso. Ora o que não está nada bem é que raramente alguém se chega à frente para falar sobre o milagre da Páscoa. Pois bem, essa injustiça acaba agora. E chega ao fim em grande, graças ao chef Luís Gaspar, que a partir do seu Pica-Pau (Recomendado Guia Repsol), sítio da moda tradicional, ou tradicionalmente na moda, promete — e atentem nisto — cabrito assado com arroz de forno (40€/duas pessoas) e folar doce (20€), ambos em modo take-away (para reservas feitas até ao dia 16 e levantamento no dia 20, até às 12h30). Em alternativa, pode fazer o almoço de Páscoa no restaurante (mas é melhor reservar).

Pica-Pau. Rua da Escola Politécnica 27, 1200-244, Lisboa; Telefone: 212 698 509; De segunda a quinta, das 12h às 16h e das 19h às 24h; Sextas, das 12h às 16h e das 19h às 01h; Sábado, das 12h às 01h; Domingo, das 12h às 24h.

N’O Fernando, o cabrito de leite é servido com arroz de forno

O senhor Fernando e um senhor Cabrito: cabrito de leite com arroz de forno

Seguimos caminho nesta visita pascal até à Maia. É aqui que tem morada um dos mais procurados e requisitados momentos deste compasso: o cabrito de leite com batata e arroz de forno cultivado por esta casa há décadas. O calendário já conta muitos aniversários e ao longo de todos eles várias mudanças foram acontecendo, atualizações, ajustes, descobertas e revoluções. Mas um detalhe nunca mudou, só ganhou apuro: o cabrito. O Fernando (1 Sol Guia Repsol) tem o nome do seu co-fundador, que tomou a iniciativa com Alice. Filipa Almeida é a filha do casal de artistas (não tem outro nome), que assim mantém a trajetória no rumo certo. A receita é da avó, o sucesso é reconhecido por todos e amontoam-se os que querem dizer “eu já provei deste cabrito”. Contas feitas, a decisão é fácil: é preciso manter a procissão a caminho deste encanto que tem preço fixo na dose para duas pessoas (45€).

O Fernando. Rua de Pedras Rubras, 135, Moreira, Maia; Telefone: 229 426 068; De quarta a sábado, das 12h às 14h30 e das 19h às 22h; domingos, das 12h às 14h30.

No Solar dos Presuntos o cabrito é assado à moda de Monção

O Solar do nosso contentamento: cabrito assado no forno com batata

Uma adivinha sem truque: o que é que pode ser melhor do que um milagre? Fácil: outro milagre. E é para isso que aqui estamos. Contextualizemos: o Solar dos Presuntos (1 Sol Guia Repsol) é mais do que reconhecido enquanto casa farta — de gente, de sorrisos no serviço, de cozinhas em movimento e de um menu que, apesar de vasto, tem umas quantas especialidades inegáveis. Entre elas, o cabrito. O que é que também tem no cabrito uma especialidade? A Páscoa. E depois, o milagre. O Solar dos Presuntos encerra ao domingo. Mas porque esta gente tem as preocupações no sítio certo, podemos todos encomendar o tal cabrito assado no forno com batata e arroz até ao dia 17 para o ir buscar às portas de Santo Antão no sábado que é de Aleluia e não é por acaso.

Solar dos Presuntos. Rua das Portas de Santo Antão, 150, 1150-269, Lisboa; Telefone: 213 424 253; De segunda a sábado, das 12h às 15h30 e das 18h30 às 23h.

O cabrito pingado é uma das estrelas da carta do Arcoense

A Páscoa na magia dos tabuleiros do Arcoense: o cabrito pingado

É quando temos certezas que as melhores surpresas acontecem. É quando achamos que sabemos tudo que mais somos apanhados na curva do “afinal não é bem assim”. Em Braga há um sítio perfeito para comprovarmos esta que é bem mais do que uma teoria. O lugar é como um santuário, propício para esta época de renascimentos, neste caso gastronómico. Se acha que já está profissional na área do cabrito assado, perca-se neste que carrega a palavra “pingado” no título que leva à carta. É desta forma adjetivado graças ao arroz de forno que, enquanto cozinha, é batizado perpetuamente pelos santos sucos que caem do animal em cozedura e garante uma delícia de todos os deuses. O currículo de visitantes deste Arcoense (Recomendado Guia Repsol) pode parecer marketing agressivo, mas quando provar a iguaria, vai perceber de onde vem a romaria. E se esta não é uma ótima rima pascal, fica difícil conseguir uma.

Arcoense. Rua Engenheiro Justino de Amorim, 96, 4715-023, Braga; Telefone: 253 278 952; De segunda a sábado, das 12h30 às 15h e das 19h30 às 22h; Domingo, das 12h30 às 15h.

O cabrito da Serra do Caramulo está presente em ambos os menus de degustação, de 6 ou 8 momentos, do Mesa de Lemos

A Páscoa na Mesa de Diogo Rocha: o cabrito da Serra do Caramulo

A Páscoa calha sempre a um domingo, como o Carnaval é sempre à terça-feira. E, da mesma forma, a celebração é feita de pelo menos três dias, sendo que as férias que habitualmente a rodeiam tornam-na maior, para sorte de quem a pode gozar. Sortudos maiores só mesmo aqueles que, entre rotinas colocadas em pausa e passeios primaveris, planeiam uma viagem que inclui um lugar no Mesa de Lemos (ou aqueles que, não planeando, na mesma mesa se sentam, com a bússola a nortear com sabedoria). Tudo isto porque o Mesa de Lemos (2 Sóis Guia Repsol) tem Diogo Rocha ao comando de uma máquina de brilhantismo criativo assente na tradição culinária portuguesa. Sempre com a palavra “sustentável” em todas as funções do restaurante. Dois menus de degustação, de 6 e 8 momentos (a 130 e 160€) com o Dão como protagonista de uma narrativa gastronómica que requer tempo — a Páscoa dá-se bem com estes sabores.

Mesa de Lemos. Quinta de Lemos, Passos de Silgueiros, 3500-541, Viseu; Telefone: 961 158 503; Quarta e quinta, das 20h às 24h; Sexta e sábado, das 12h às 15h e das 20h às 24h; Domingo, das 12h às 15h.

No Erva a estrela é outra: pá de cordeiro com arroz de enchidos

A semana é santa nas novidades do Erva: a pá de cordeiro

As festividades transformadas em tradição, mais religiosas e ou mais profanas, são feitas de várias dimensões, mas uma delas costuma ser transversal a todas: a comida. O que chega à cozinha para depois ir à mesa é capaz de fazer feriados; feriados esses que, pelo menos aqui entre nós, foram em boa medida instituídos para que houvesse tempo prioritário dado à digestão. O Erva (Recomendado Guia Repsol) que veio ao mundo para servir uma carta de tradição portuguesa revista à luz do conhecimento contemporâneo, sabe bem disto e sugere um menu especial para a Páscoa: salada de polvo com pimentos e coentros (15 euros) dá entrada ao ritual; depois, bacalhau à minhota (28 euros) e pá de cordeiro com arroz de enchidos (35 euros); no fim, ovo de chocolate com caramelo salgado e amêndoa (8 euros). Estará tudo na carta sábado e domingo, dias 19 e 20. Reservai.

Erva. Avenida Columbano Bordalo Pinheiro, 105, 1099-031, Lisboa; Telefone: 912 592 132; De quarta a domingo, das 12h30 às 15.30 e das 19h à 01h.

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