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Se tem vertigens, talvez este não seja o miradouro mais apropriado para ver as vistas. Além de ficar no maior promontório da Europa (o segundo maior do mundo), com 580 metros de altitude, tem uma plataforma de vidro suspensa, a Skywalk, que, de acordo com o Turismo da Madeira, é uma das atracções mais visitadas e fotografadas da ilha. O sítio é procurado pelos mais radicais para saltos de parapente e base jumping. Os menos aventureiros podem pagar 2 euros e apreciar a paisagem das fajãs do Rancho e do Cabo Girão através do vidro, mesmo debaixo dos pés. Quem procura outro ângulo para as fotografias, pode descer o Teleférico das Fajãs do Cabo Girão, também conhecido por Teleférico do Rancho, que costumava ser usado por agricultores para chegarem aos seus terrenos e que agora é um miradouro turístico com restaurante.
Cabo Girão Skywalk. Estrada do Cabo Girão, Câmara de Lobos. Segunda a domingo, 09.00-20.00. 2 euros.
Terá sido no século XVI que as freiras do Convento de Santa Clara se refugiaram nesta zona encaixada entre montanhas, a salvo dos ataques dos piratas que saquearam o Funchal. Hoje, o Curral das Freiras tornou-se um dos pontos turísticos obrigatórios da ilha. Há quem prefira ver a vila ao longe, do Miradouro da Eira do Serrado, a 1905 metros de altitude, e há quem desça até à freguesia com 2 mil habitantes para provar as lapas do Curral. Na verdade, é assim que são conhecidas as castanhas, o produto mais popular da zona, a motivar a Festa da Castanha, em Novembro. Aqui provam-se castanhas de várias maneiras: assadas, na grelha com mel, na sopa ou em licores, como os que nos dão a provar no Vale das Freiras, o restaurante com um pequeno museu que explica a importância da castanha para a região.
Vale das Freiras. Caminho da Padaria, Curral das Freiras. Segunda a domingo, 08.00-20.00. T. 969 902 690.
O Bar Silva, no Jardim da Serra, é também conhecido pelo nome “As Patinhas”. A alcunha vem do petisco, o “dentinho”, como lhe chamam por estas bandas, que é oferecido com a poncha: patinhas de porco estufadas, servidas todos os dias. A poncha, à pescador, de tangerina ou de maracujá, é feita na hora e dá fama à casa, tal como o pé-de-cabra, outra bebida madeirense preparada com vinho, cerveja preta, açúcar, chocolate e limão. Nas paredes do bar estão espalhadas T-shirts alusivas ao “Fenómeno”, um grupo de camionistas que todos os anos visita a ilha e elege a melhor poncha, explica-nos Tânia, que gere o bar ao lado do marido, Quintino, e prepara as bebidas.
Bar Silva. Est. do Luzirão, 65, Jardim da Serra. Segunda a domingo, 09.00-00.00. T. 291 948 530
As temperaturas na Madeira convidam a um mergulho em qualquer altura do ano e as piscinas naturais do Porto Moniz prestam-se a isso. Aliás, em 2019, entraram na lista da CNN das melhores piscinas naturais de todo o mundo, a competir com Itália, com a Grécia ou com as Bahamas. Uma das principais atracções da costa Norte da ilha, as piscinas são formadas por rochas vulcânicas que permitem que a água do mar, transparente, e a rondar os 21 graus, entre e saia naturalmente. É um bom sítio para nadar (com 3800 m² para braçadas), para fazer snorkelling ou para apanhar sol nas espreguiçadeiras disponíveis para alugar. Para entrar é preciso pagar 3 euros – 1.5 euros para maiores de 65 anos. Como alternativa, as piscinas naturais do Cachalote, ao lado do restaurante com o mesmo nome à entrada da vila, são de acesso livre.
Piscinas de Porto Moniz. Sítio do Lugar, Porto Moniz, Madeira. 3 euros
É no Socalco Nature que está o coração do chef madeirense Octávio Freitas, do restaurante Desarma, no Funchal, que também aparece nesta lista. Em 2016, Octávio comprou um antigo solar dividido em socalcos e transformou-o num turismo rural na Calheta, na parte oeste da ilha, que é o seu orgulho desde que abriu portas, em 2020. Além de um restaurante, o Razão, o Socalco tem doze quartos com vista para o mar e oito casas isoladas, cada uma com particularidades diferentes, consoante as características naturais do terreno. A Casa da Gruta, a rondar os 182 euros por noite, uma das mais especiais, foi construída dentro de uma gruta, com paredes de rocha e um jardim para relaxar e ouvir o curso de água que atravessa todas as casas e que também passa pela horta e pelas vinhas. É daqui que saem vinhos como o Galatrixa – uma brincadeira com a maneira como alguns madeirenses pronunciam lagartixa –, o primeiro da Octávio Freitas Winery, com Verdelho, Malvasia Fina e Folgasão.
Socalco Nature. Caminho do Lombo do Salão, 13, Calheta. socalconature.com. T. 291 146 910.
Com mais de meio século, o Engenho da Calheta é um dos mais antigos engenhos de cana-de-açúcar da ilha, onde se produz o famoso rum da Madeira e o mel de cana-de-açúcar. A loja e o café, com produtos como os bolos e as broas de mel, estão abertos todo o ano, tal como o museu, de entrada gratuita. O mais difícil é apanhar a fábrica em funcionamento. Só acontece uma vez por ano, normalmente depois da Páscoa. É também nessa altura que se pode provar o enorme bolo de mel da Calheta, com 50 quilos, que deve ser partido com as mãos e nunca com uma faca, para preservar o sabor. O bolo foi produzido em Abril deste ano, mas só irá ser aberto em Abril de 2025. Até lá, está em exposição na fábrica.
Sociedade dos Engenhos da Calheta. Av. D. Manuel I, 29, Calheta. Segunda a sexta, das 10.00 às 18.30. T. 291 822 264. Entrada grátis
A Bancada do Chef é uma experiência extravagante (a 275 euros por pessoa) do restaurante Desarma que põe os clientes de frente para a acção da cozinha do chef Octávio Freitas, no último piso do hotel The Views Baía, antigas suítes transformadas num restaurante decorado por Nini Andrade Silva, com vista para o Funchal. Na bancada, com capacidade para oito pessoas (quatro no balcão da frente e outras quatro nas laterais), a vista que interessa é a dos pratos preparados pela equipa do chef madeirense, uma homenagem às tradições gastronómicas locais. Como o atum curado em folha de louro, as lapas secas em tártaro de novilho ou as ovas de espada com miga de centeio, a fazer lembrar iguarias populares da ilha, como a sandes de peixe-espada, um clássico das tascas junto ao Mercado dos Lavradores. Ao todo, são doze momentos servidos no balcão de mármore, três de improviso, que não fazem parte da carta e que dependem dos produtos da época e dos ânimos do chef.
Desarma. The Views Baía. Rua das Maravilhas, 74, Funchal. Quarta a sábado, 19.00-21.00. T. 291 700 220