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A uma hora de Lisboa e ainda pouco explorada, a Rota de Vinhos do Tejo reúne produtores com séculos de história, vinhos premiados e experiências autênticas. De quintas ligadas à realeza a um museu de coches, de passeios todo-o-terreno num jipe a estadias com vista para as vinhas, damos-lhe cinco sugestões para aproveitar a região.
Até ao século XVIII, a Quinta do Casal Branco, em Almeirim, era conhecida pelas caçadas reais com falcões. A última terá acontecido em 1770, com 700 pessoas que chegaram de barco pelo Tejo. Desses tempos, sobrou um monumento: um imponente pombal do século XVI que servia de apoio às caçadas e que é hoje a principal atracção das visitas aos jardins da quinta, normalmente acompanhadas por um guia e, às vezes, por um dos cães da família Braamcamp Sobral Lobo de Vasconcelos, proprietária do espaço desde 1775, há mais de oito gerações.
No Verão, os jardins do Casal Branco acolhem o festival Entre Quintas uma parceria com a Casa Cadaval, também na mesma Estrada Nacional 118, com concertos de música clássica e jazz nos jardins. No resto do ano, a quinta com 130 hectares de vinha pode ser visitada por marcação.
Os programas de enoturismo incluem uma passagem pela adega (a primeira adega da quinta foi construída em 1817), pela cavalariça, provas de vinhos com queijos e enchidos (38.5 euros por pessoa) e um wine brunch (85 euros).
Quinta do Casal Branco. Estrada Nacional 118, Almeirim. Visitas a partir de 38.5 euros. Marcações: info@casalbranco.com, 243 592 412.
A história da Quinta da Lagoalva remonta ao século XII, quando o rei D. Sancho I doou várias propriedades à ordem de Santiago de Espada, incluindo a Lagoalva. Em 1834, a quinta foi comprada por Henrique Teixeira de Sampayo, 1.º Conde da Póvoa, tendo passado depois para a família do 2º Duque de Palmela. Várias gerações depois, são os seus herdeiros os proprietários da herdade que inclui 46 hectares de vinha e quase 33 de olival.
Por marcação, a quinta pode ser visitada por qualquer pessoa, com passeios personalizados que começam nos 30 euros e incluem uma prova de vinhos e de azeites. Além da visita à capela da família, é possível também conhecer as cavalariças e o picadeiro e ainda o Museu dos Carros de Cavalos.
Resultado de uma parceria com o Museu dos Coches, em Lisboa, o espaço reúne carros de cavalos que pertenceram aos proprietários da quinta entre os séculos XIX e XX, além de fotografias antigas e outras peças. A partir de 75 euros, também é possível visitar a Lagoalva de charrete.
Quinta da Lagoalva de Cima. Alpiarça. Visitas a partir de 30 euros. Marcações: turismo@lagoalva.pt, 243 559 070.
Em 1990, José Guilherme da Costa, fundador da Tecnovia, empresa de construção, adquiria a Quinta da Conceição da Lapa, na altura “extremamente degradada”, lê-se num livro à entrada que o próprio nos mostra. O empresário octogenário, também colecionador de carros, continua a visitar a propriedade com regularidade para tratar de negócios, sendo o vinho um dos principais.
Com 100 hectares, dos quais 72 de vinha, a quinta é muito influenciada pela Serra de Montejunto, uma “barreira ao oceano”, a originar “vinhos muito frescos”, descreve o enólogo residente, Jorge Ventura. Ao todo, e desde a sua aquisição, nos anos 90, foram plantadas vinhas de 22 castas, nacionais e internacionais, com o objectivo de “abranger mais mercado”, explica o enólogo.
São algumas destas castas que dão hoje nome aos onze quartos do hotel da Quinta da Lapa inaugurado em 2011 e projectado por uma das filhas do proprietário, Sílvia Canas da Costa. Aliás, este é um dos poucos produtores da Rota dos Vinhos do Tejo com alojamento, o calcanhar de Aquiles da região.
Os preços da estadia começam nos 130 euros, com pequeno-almoço incluído, e alguns quartos têm vista para as vinhas. Por marcação, podem também ser reservadas actividades como provas de vinho, piqueniques, pesca e passeios pela vinha.
Quinta da Lapa. Manique do Intendente. Visitas a partir de 30 euros. Marcações: geral@quintadalapa-wines.com, 263 486 214.
Na Estrada Nacional 118, a Quinta da Alorna tem uma loja moderna, de fazer inveja aos outros produtores da região. Aqui, além de uma grande selecção de vinhos, estão também disponíveis produtos gourmet da região, uma combinação ideal para abastecer a despensa para os próximos tempos.
Nas prateleiras, encontram-se ainda algumas raridades, como o vinho Quinta da Alorna 1723, lançado há dois anos, a propósito da comemoração dos 300 anos da quinta. Limitado a 712 garrafas, e com um custo de 300 euros, é vendido numa caixa com o livro “Da Índia ao Tejo, do Tejo para o Mundo: 300 anos da Quinta da Alorna”, de Maria João de Almeida.
Além da loja, a histórica quinta com mais de três séculos e 2600 hectares (180 de vinha) vale a visita por várias razões. A principal são as provas de vinhos, com várias escolhas, entre os Reservas, Monocastas, Marquesa de Alorna ou Reserva das Pedras. Quando o tempo permite, as provas acontecem na varanda do palácio da quinta, num cenário idílico, com vista para os jardins. Incluem também uma visita à Vinha do Bosque, à adega e à sala das barricas.
Quinta da Alorna. Estrada Nacional 118, Almeirim. Visitas a partir de 30 euros. Marcações: enoturismo@alorna.pt, 243 570 700
A visita à adega da Falua, na zona de industrial de Almeirim, começa fora das instalações. Depois de se registarem, os visitantes são convidados novamente a sair da adega e a entrar num jipe Nissan antigo para conhecer a Vinha do Convento, a imagem de marca da casa, a 10 minutos de carro, uma vinha “única na região e no país”, aprendemos.
Enquanto empresa, a Falua foi fundada em 1994 por João Portugal Ramos e um dos vinhos mais conhecidos, o Conde Vimioso, comemora agora 25 anos. Entretanto, o projecto expandiu-se do Tejo para outras regiões do país, com vinhas no Douro e na região dos Vinhos Verdes.
A Vinha do Convento, com 45 hectares, na zona da Charneca, continua a ser a mais emblemática da Falua, com uma paisagem totalmente diferente da que estamos habituados. Aqui, o solo está coberto de calhaus rolados, uma herança de quando a zona estava submersa, há 400 mil anos, daí que os passeios agora só sejam possíveis de jipe.
Depois da visita à vinha, o passeio continua pela adega, com uma passagem pela sala das barricas e pelo laboratório. Por fim, culmina com uma prova com três (25 euros por pessoa), cinco (35 euros) ou nove vinhos (50 euros). As visitas duram duas horas e acontecem com um mínimo de seis pessoas.
Falua. Zona Industrial, Lote 56, Almeirim. Visitas a partir de 25 euros. Marcações: 243 594 280, falua@falua.pt.